PSL faz obstrução na Câmara contra MP de Bolsonaro

Em meio ao racha na bancada do PSL , o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO), orientou sua bancada a entrar em obstrução na votação desta terça-feira da Medida Próvisória (MP) 886. A obstrução durou cerca de uma hora.

Segundo Waldir, o motivo foi evitar que os deputados do partido levassem falta, já que estavam reunidos na liderança do partido.  Seus aliados, porém, admitem que há um componente de retaliação ao governo. A MP trata da reestruturação administrativa da Casa Civil e da Secretaria de Governo. Se não for votada até quinta-feira, perde a validade.

A medida transfere a articulação política da Casa Civil, comandada pelo ministro Onyx Lorenzoni, para a Secretaria de Governo (Segov), chefiada pelo general Luiz Eduardo Ramos. Também determina que a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ) deixe a pasta e passe a integrar a Secretaria-Geral da Presidência.

No plenário, alguns deputados do PSL ficaram perplexos. Além do partido do presidente Jair Bolsonaro, entraram com obstrução PT, PSB, PDT, PSOL e PCdoB.

— O PSL orienta obstrução — disse Waldir, que depois deu um tapinha nas costas do líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO).

Aliado do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, Waldir disse nesta terça-feira à coluna de Bela Megale que o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, “devem preparar um cafezinho para receber a Polícia Federal em breve” .

Fonte: O Globo

Bolsonaro assina MP que garante 13º aos beneficiários do Bolsa Família

O presidente Jair Bolsonaro editou uma MP (Medida Provisória) que estabelece o pagamento de 13º salário aos inscritos no Bolsa Família ainda neste ano. A medida foi anunciada nesta 3ª feira (15.out.2019), em cerimônia no Palácio do Planalto.

“Sabemos que pode ser até pouco para quem recebe, mas para o que eles têm, é muito bem-vindo esse recurso”, disse o presidente em seu discurso.

De acordo com Bolsonaro, a ideia surgiu a partir de “fake news” na campanha eleitoral. O presidente atribuiu à oposição a divulgação de notícias de que ele acabaria com o programa.

“Para mostrarmos que não estamos contra esse programa e queríamos ajudar os pobres, mesmo sabendo que o bom programa social é aquele que sai mais gente do que entra, (…) tivemos o prazer e satisfação de assinar isso”, afirmou.

De acordo com nota divulgada à imprensa pelo Ministério da Cidadania, “o pagamento foi possível graças ao aumento de R$ 2,58 bilhões no orçamento do Ministério da Cidadania”.

O ministério fez 1 “pente-fino” neste ano para excluir eventuais beneficiários indevidos no Bolsa Família. Houve redução de famílias beneficiárias (em torno de 8 milhões), o que permitiu a entrada de outras famílias (aproximadamente 6 milhões). As informações são do ministro Osmar Terra (Cidadania).

Mais de 5 mil ex-beneficiários do Bolsa Família estariam começando a ser convocados para devolver recursos recebidos indevidamente, conforme nota do Ministério:

“No total, o governo federal está emitindo cobranças no valor de R$ 5,8 milhões. As pessoas foram identificadas porque há suspeita de informações irregulares prestadas intencionalmente ao Cadastro Único”.

O texto também reafirma que o Bolsa Família “atende às famílias que vivem em situação de extrema pobreza, com renda per capita de até R$ 89,00 mensais, e pobreza, com renda entre R$ 89,01 e R$ 178,00 mensais.”

“Na folha de setembro, o Bolsa Família atendeu 13,5 milhões de famílias, somando 1 valor total de R$ 2,5 bilhões. O benefício médio foi de R$ 189,21”, diz a nota.

Por ser uma MP, a medida passa a ter validade de imediato. No entanto, precisa ser aprovada pelo Congresso em 120 dias para não caducar. De acordo com o ministro Osmar Terra, foi necessário editar uma MP porque não havia previsão para esse gasto no Orçamento deste ano.

Para o ministro, é “praticamente impossível” que a medida editada nesta 3ª feira pelo governo não seja votada e não seja aprovada.

Fonte: Poder 360