Bebê morre após ser atingido na cabeça por prego de obra; polícia investiga o caso

Morreu no fim da tarde desta quarta-feira o bebê de 10 meses atingido na cabeça por um dardo para fixação de gesso, na noite dessa terça-feira, em Paciência, na Zona Oeste do Rio. De acordo com a Polícia Civil, os pais da criança relataram que o filho foi atingido quando estava dentro do carro da família, em uma rua do bairro Gouvea, entre Santa Cruz e Campo Grande, próximo a um local em obras.

Segundo a avó da criança, que preferiu não se identificar Wallace Martin dos Santos chegou a ser operado e estava estável na UTI. Mas, as 16h, a família teve a notícia de que ele não resistiu ao ferimento. Na porta do hospital, familiares que aguardavam notícias preferiram não falar com a imprensa.

A mãe do bebê, Fernanda dos Santos, saiu em estado de choque do hospital para dar a notícia aos familiares que aguardavam do lado de fora da emergência pediátrica. Ela foi acolhida pela mãe e levada de volta para o hospital por uma psicóloga da unidade.

Segundo a família, há uma obra próximo ao local em que Wallace foi atingido pelo dardo. O bebê foi levado pelos pais para a UPA Paciencia, onde deu entrada às 22h20 de terça-feira. Em seguida, foi transferido para o Hospital Pedro II.

A Secretaria municipal de Saúde informou que Wallace havia passado por uma cirurgia mais cedo para reduzir pressão intracraniana. Não foi possível retirar o objeto, devido à área do cérebro atingida.

De acordo com a 36ª DP (Santa Cruz), o caso foi registrado como tentativa de homicídio, e os pais do bebê foram ouvidos. O inquérito seguirá para a 35ª DP (Campo Grande), área onde ocorreu o fato, para dar prosseguimento às investigações. 

Fonte: EXTRA

Presidente da OAB vai ao STF para que Bolsonaro conte o que diz saber sobre o pai dele

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, entrou com uma interpelação nesta quarta-feira (31) no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente Jair Bolsonaro explique declarações a respeito do pai dele, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, desaparecido durante a ditadura militar.

A defesa quer que o presidente dê explicações sobre a afirmação feita nesta segunda-feira por Bolsonaro de que “um dia” contará ao presidente da Ordem como o pai do advogado desapareceu na ditadura militar, caso a informação interesse ao filho.

Segundo afirmou Bolsonaro na ocasião, Santa Cruz “não vai querer saber a verdade” sobre o pai. Depois, disse que o Fernando Santa Cruz foi morto por companheiros da Ação Popular (AP), organização de esquerda na qual ele militava e classificada pelo presidente como “grupo terrorista”.

Documentos da Comissão da Verdade, da Marinha e da Aeronáutica indicam que o militante foi preso por agentes do regime militar um dia antes da data em que morreu. O atestado de óbito diz que ele teve “morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”.

O tipo de processo entregue pelo presidente da OAB ao STF serve para tentar esclarecer se o que a outra parte disse é ou não ofensivo, o que pode gerar uma ação de crime contra honra.

Mas, mesmo se o Supremo notificar o presidente, Bolsonaro não será obrigado a responder. Nessa hipótese, o STF informa a quem interpelou, que decide se entra ou não com a ação.

Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira desapareceu em um encontro que teria no Rio de Janeiro, em 1974, com Eduardo Collier Filho, outro militante da AP.

Segundo o livro “Direito à memória e à verdade”, produzido pelo governo federal, Fernando e o companheiro foram presos juntos em Copacabana por agentes do Doi-Codi-RJ em 23 de fevereiro daquele ano.

Fonte: G1

Doleiro dos doleiros é preso pela Polícia Federal em São Paulo

Dario Messer, conhecido como ‘doleiro dos doleiros’, foi preso nesta quarta, 31, em uma ação coordenada pela inteligência da Polícia Federal e a Procuradoria da República, em São Paulo. Ele é alvo da Operação Câmbio, desligo, braço da Lava Jato no Rio de Janeiro. Segundo fontes ligadas às investigações, Messer foi encontrado em um flat, às 16h40, na capital paulista, que foi alvo de buscas e apreensões. Ele estava foragido.

O ‘doleiro dos doleiros’ mudou sua aparência. Quando flagrado pelos agentes, em um apartamento da Rua Pamplona, nº 1802, ele tinha cabelos ruivos. Exibiu aos agentes uma identidade falsa, com o nome de Marcelo de Freitas Batalha. O mandado de busca e apreensão tinha como alvo Myra de Oliveira Athayde, que aluga o apartamento.

A Câmbio, desligo foi deflagrada em 3 de maio de 2018 contra um ‘grandioso esquema’ de movimentação de recursos ilícitos no Brasil e no exterior por meio de operações dólar-cabo, entregas de dinheiro em espécie, pagamentos de boletos e compra e venda de cheques de comércio.

A delação dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony, resultou na operação. A ação tinha como principal alvo Dario Messer, apontado como controlador de um banco em Antígua e Barbuda com 429 clientes, até meados de 2013. Ele era citado pelas delações de Juca e Tony.

“Dario Messer é foragido da justiça há anos, operações passadas não conseguiram capturará-lo, diante do seu poder econômico e sua influência no submundo do crime. Mas, hoje, a Força Tarefa do Rio De Janeiro, que congrega o MPF, a PF e a Receita Federal, e em cooperação com outros países, conseguiu prender o mais importante doleiro do Brasil, provando que não há fronteiras para criminosos, também não há para investigadores. O “doleiro dos doleiros” terá que prestar contas à Justiça brasileira”, afirma o procurador regional da República José Augusto Vagos

Fonte: Blog do Fausto Macedo

Crise no Paraguai por acerto sobre Itaipu cresce e envolve vice-presidente

A crise política desencadeada no Paraguai após a revelação de negociações secretas com o Brasil nas quais o governo paraguaio concordou em pagar mais pela energia da hidrelétrica binacional de Itaipu aumentou nesta quarta-feira.

Após congressistas terem cogitado pedir o impeachment do presidente, Mario Abdo Benítez, acusado de traição à pátria, o vice-presidente Hugo Velázquez foi alvo de acusações e pediu uma sessão extraordinária no Parlamento para dar explicações. Líderes da oposição, como o liberal Efrain Alegre, voltaram a falar em julgamento político do chefe de Estado e agora também de seu vice.

Nesta quarta-feira, o jovem advogado José Rodríguez González, que não ocupa cargo público formal, declarou ter atuado como assessor do vice-presidente paraguaio nas negociações com o Brasil. Ele disse à imprensa local que, por orientação de Velázquez, pediu a retirada de um dos pontos que seriam incluídos na ata firmada por autoridades dos dois países em maio, em Brasília, para supostamente garantir o sucesso de uma operação envolvendo o grupo brasileiro Leros, que passaria a comprar energia da Ande, a Eletrobras paraguaia.

Este ponto da ata —  que supostamente mencionaria um acordo de 2009, nunca regulamentado, pelo qual o Paraguai poderia vender parte de sua energia de Itaipu no mercado livre (direto ao consumidor) brasileiro, o que hoje é vetado —  teria sido retirado para não atrair concorrentes para o negócio, de acordo com a versão do advogado.

Procurado pelo GLOBO, Kleber Ferreira, diretor e fundador do grupo Leros, negou ter qualquer relação com os governos do Brasil e do Paraguai. Ele confirmou que seu grupo participou de um chamamento público feito pelo Paraguai para a compra de energia, enviando uma carta de intenção e os documentos solicitados. Mas afirmou desconhecer qualquer tipo de vinculação entre essa futura licitação pública e a negociação entre os dois países sobre Itaipu.

— Estamos no setor desde 2010, mas não temos ligação política alguma, com ninguém. Simplesmente atendemos a um chamamento feito pelo Estado paraguaio — disse Ferreira.

No Congresso, o vice-presidente paraguaio negou que Rodríguez fosse seu assessor jurídico, e disse que pediu que Pedro Ferreira, então presidente da Ande, recebesse o advogado na qualidade de representante de um grupo de empresas brasileiras interessadas em comprar energia paraguaia, “um sonho antigo do povo paraguaio”. Velázquez afirmou que essas conversas não tiveram nada a ver com a ata assinada pelos dois governos em maio. 

Velázquez informou ainda que o processo de venda de energia de Itaipu a empresas privadas começou em junho, quando foram convocadas companhias “nacionais e internacionais” interessadas. “Não há nada mais longe de que quisesse ajudar uma empresa determinada quando o próprio Ferreira [o ex-presidente da Andes] já havia comunicado ao ministro de Obras Públicas que havia quatro empresas brasileiras que registraram seu interesse em comprar energia da Ande para vender ao setor privado”, disse o vice-presidente.

Há divergências entre brasileiros e paraguaios — e entre os próprios paraguaios — sobre a possibilidade dessa venda no mercado livre. Ricardo Canese, especialista em energia e secretário de Relações Internacionais da Frente Guazú, do ex-presidente Fernando Lugo, afirma que o acordo que a permitiria foi selado por Lugo e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009, em meio a uma série de revisões do Tratado de Itaipu, e que a venda pelo Paraguai já poderia ter acontecido mesmo sem a regulamentação. Já fontes paraguaias de Itaipu disseram que a legislação brasileira exige que, antes de o Paraguai poder vender livremente a energia que não consome, todas as dívidas da hidrelétrica sejam saldadas.

Fonte: O Globo