Universidade nordestina não deve ensinar filosofia, diz novo titular do MEC

O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, avalia que universidades do Nordeste não deveriam oferecer cursos de disciplinas como sociologia e filosofia. Para ele, esses estabelecimentos deveriam priorizar o ensino de agronomia, “em parceria com Israel.”

Substituto de Ricardo Vélez, demitido nesta segunda-feira, Weintraub defendeu seu ponto de vista numa transmissão ao vivo, pela internet, em setembro do ano passado. Nessa época, ele integrava a equipe que elaborou o programa de governo de Jair Bolsonaro. Discutia a peça com Luis Philippe Bragança, hoje deputado federal pelo PSL de São Paulo.

A certa altura, o agora ministro da Educação declarou: “Eu vi aqui alguns comentários do Nordeste. O plano de energia é Nordeste na veia. O plano de energia que a gente tá fazendo, fotovoltáico e eólico, é porrada no desemprego. Rápida geração de renda. E é Nordeste, por causa da questão solar.”

Abraham Weintraub prosseguiu:”Em Israel, o Jair Bolsonaro tem um monte de parcerias para trazer tecnologia aqui para o Brasil. Em vez de as universidades do Nordeste ficarem aí fazendo sociologia, fazendo filosofia no agreste, [devem] fazer agronomia, em parceria com Israel. Acabar com esse ódio de Israel. Israel, nas faculdades federais, é loucura o que você escuta, né?”

Mal comparando, a ideia de privar estudantes nordestinos de determinados cursos é tão radioativa quanto outra tese que ajudou a compor o caldeirão de polêmicas que dissolveu a gestão do demitido Ricardo Vélez. O antecessor de Weintraub declarou que “universidade, do ponto de vista da capacidade, não é para todos. Somente algumas pessoas que têm desejo de estudos superiores e que se habilitam para isso entram na universidade.”

Fonte: Blog do Josias

Cadastro positivo vira lei e deve ser regulamentado pelo BC em até 90 dias

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou nesta segunda-feira (8), sem vetos, o projeto que prevê a inclusão obrigatória de todos os consumidores (pessoas físicas e empresas) no cadastro positivo, composto por bons pagadores e com informações sobre pagamentos em dia e empréstimos quitados.

Sem a medida, a inserção do nome nessa lista precisa de autorização expressa e assinada do cliente. O texto prevê que a inclusão no cadastro será automática, e o consumidor que quiser sair terá de solicitar a exclusão.

O cadastro positivo – que já existe desde 2013, mas não nesses termos – havia sido aprovado no Senado por 66 votos a 5. A medida é defendida pelo Banco Central como forma de baratear o crédito para as pessoas que têm as contas em dia.

Por meio dele, os consumidores que quitam seus financiamentos terão uma pontuação maior e, em tese, poderão ter melhores condições na hora de fazer compras ou empréstimos porque representam risco menor de calote.

Após a sanção do presidente da República, o Banco Central deve editar uma regulamentação, em um prazo de até 90 dias. Depois disso, há ainda um prazo adicional, para que as empresas possam se adaptar.

O texto aprovado pode abrir uma brecha para que o brasileiro limpe seu nome e construa um histórico de bom pagador.

Isso porque, de acordo com algumas das empresas que administram essas informações, os chamados bureaus de crédito, só serão coletados os dados gerados a partir do momento em que o texto entrar em vigor.

Segundo o superintendente do SPC Brasil, Nival Martins, isso deve acontecer quatro meses após a sanção do presidente. A lei original, de 2011, previa o recolhimento dos dados de inadimplência de até 15 anos antes. Esse ponto, porém, não está explícito na lei agora aprovada pelo Senado e, além de dividir a opinião das empresas, pode ser alvo de contestações na Justiça.

Martins interpreta que as contas passadas não entrarão no histórico dos consumidores. “Mas não vamos começar totalmente do zero, porque já há aqueles que aderiram voluntariamente ao cadastro desde 2011”, pondera.

O presidente da Boa Vista SCPC, Dirceu Gardel, também está entre os que interpretam que o novo texto encaminhado ao presidente prevê que sejam coletadas apenas informações a partir da entrada em vigor da lei.

“Isso é bom, porque, em três ou quatro meses as pontuações vão melhorar. Alguém que passou por um momento difícil e ficou com o nome sujo não vai mais ser colocado ao lado de um inadimplente contumaz”, diz.

Para algumas empresas de crédito, no entanto, o melhor seria levantar o passado dos consumidores, o que permitiria criar uma base mais consistente e, assim, traçar com mais precisão o perfil de risco.

Na Serasa Experian, por exemplo, o entendimento da nova lei é que o consumidor só poderá optar por consentir fazer parte do cadastro e não escolher períodos de análise sobre sua situação financeira. “Ao restringir o histórico, ele poderia selecionar períodos que o beneficiassem, distorcendo a pontuação”, afirma a empresa.

Apesar das diferentes interpretações, o cadastro deve ajudar o consumidor que tem condições de manter as contas em dia, mas se enrola com as datas de vencimento, por exemplo. A medida também é defendida pelo Banco Central (BC) como uma forma de reduzir a taxa real de juros do País.

“O cadastro tem impacto positivo nas pessoas, elas passam a saber que, pagando as contas, podem ter acesso a um crédito mais barato”, diz Joelson Sampaio, professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado.

Fonte: Gazeta do Povo

Bolsonaro demite Vélez e nomeia Abraham Weintraub como ministro da Educação

O presidente Jair Bolsonaro anunciou em uma rede social nesta segunda-feira (8) a demissão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Bolsonaro informou também que o novo ministro será Abraham Weintraub.

Bolsonaro e Vélez tiveram uma reunião no Palácio do Planalto nesta segunda, pouco antes do anúncio da demissão do agora ex-ministro.

“Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao prof. Velez pelos serviços prestados”, afirmou o presidente.

Depois, o presidente corrigiu uma parte da informação sobre o currículo de Weintraub. Disse que ele não tem doutorado, mas sim mestrado. “Corrigindo: Abraham possui mestrado em Administração na área de Finanças pela FGV e MBA Executivo Internacional pelo OneMBA, com título reconhecido pelas escolas: FGV/Brasil, RSM/Holanda, UNC/Estados Unidos, CUHK/China e EGADE-ITESM/México.”

A exoneração de Vélez e a nomeação de Weintraub foram publicadas em edição extra do “Diário Oficial da União” nesta segunda-feira.

Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez Rodríguez tomou posse no cargo em 1º de janeiro e enfrentava uma “guerra interna” no MEC provocada por desentendimentos entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho.

Fonte: G1

‘Merecia um cargo de ministro, ele me colocou aqui’, diz Bolsonaro sobre filho Carlos

Em entrevista à Jovem Pan nesta segunda-feira (8), Jair Bolsonaro declarou que poderia nomear o filho e vereador pelo PSL no Rio de Janeiro, Carlos, como ministro de seu governo pela gerência de suas contas nas redes sociais desde a campanha eleitoral. E emendou: “Foi ele que me colocou aqui”.

“As redes sociais não me tomam mais do que 30 minutos do meu dia. Quem me ajuda nessa coordenação é o Carlos Bolsonaro. Até por isso as pessoas querem afastá-lo de mim”, disse. “Falam que ele me atrapalha. Atrapalha em quê? No meu entender eu acho até que ele deveria ter um cargo de ministro, foi ele que me (sic) botou aqui”, completou, em entrevista concedida ao comentarista Augusto Nunes no Palácio do Planalto.

Bolsonaro, no entanto, negou que o filho esteja buscando a posição no primeiro escalão do Planalto. “Ele não está pleiteando um cargo, eu até poderia colocá-lo, mas ele não está pleiteando isso daí.”

Questionado sobre eventual arrependimento em relação a alguma postagem que provocou polêmica nas redes sociais, sobretudo em seu perfil do Twitter, ele minimizou: “[Erro] Acontece. Mas está feito, está feito”.

Durante o Carnaval, Bolsonaro publicou imagens mostrando um homem urinando em outro no meio de um bloco de rua, em São Paulo.

A publicação rendeu duras críticas ao presidente, sobretudo do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que chegou a pedir que Bolsonaro deixasse “o Twitter de lado” e assumisse a articulação política pela reforma da Previdência, que tramita no Congresso.

Fonte: Jovem Pan