‘Imagina ficar o tempo todo com esse abacaxi’, diz Bolsonaro sobre presidência

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se referiu à presidência da República nesta quarta-feira (3) como um “abacaxi”, com o qual não precisará ficar por muito tempo. A declaração foi dada ao ser questionado sobre se a sua visita a Israel teve relação com a reeleição do primeiro-ministro istaelense, Benjamin Netanyahu.

“De jeito nenhum, sou maior de idade, sexagenário”, disse, sobre a suposta intenção de impulsionar a campanha do líder local à reeleição. “Tenho uma grande afinidade com ele. É paraquedista como eu, é capitão também”, afirmou Bolsonaro antes de embarcar de volta ao Brasil após quatro dias de viagem oficial a Israel.

Assim como em outros momentos, o presidente chamou Netanyahu de Netanael, e ressaltou que seu compromisso é com Israel. “Sabemos que Netanael é passageiro, daqui a pouco muda. Eu também sou passageiro no Brasil. Graças a Deus, né? Imagina ficar o tempo todo com esse abacaxi”, afirmou. E depois se corrigiu: “Com esse abacaxi, não, com essa quantidade de problemas nas costas. A gente vai tocando o barco”, contornou.

Segundo Bolsonaro, qualquer que fosse sua decisão sobre a visita a Israel, ele seria criticado. “Sempre tem uma coisa: se não venho, estou contra Netanael. Se venho, sou a favor. Eu desejo boa sorte a ele à frente desse povo maravilhoso que é o israelense.”

Fonte: Jovem Pan

Onyx defende ‘abrir as portas’ a aliados do governo para formar base

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), afirmou nesta quarta-feira, 3, que a série de encontros entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e os dirigentes dos principais partidos políticos do Congresso é o primeiro passo para “abrir as portas” aos aliados do governo para formar uma base. A primeira rodada de diálogos será para buscar apoio à aprovação da reforma da Previdência. A reunião está agendada para esta quinta-feira, 4.

Oficialmente, só o PSL faz apoio formal ao governo. Para o ministro, primeiro é necessário o diálogo para depois convidar os parlamentares. “Para que tenhamos uma base constituída, a gente precisa dialogar, convidar e abrir as portas. É o que nós estamos fazendo”, afirmou Onyx.

O presidente do PSDB e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é um dos que vão participar da reunião com Bolsonaro na quinta. Também estão previstos encontros com Romero Jucá (MDB), Ciro Nogueira (PP), Marcos Pereira (PRB), Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), Eurípedes de Macedo Júnior (PROS) e Antonio Carlos Rodrigues (PR).

“O tom da conversa (com os presidentes dos partidos) vai ser de convidá-los, a instituição partidária, para que participe desse esforço de construção do entendimento na busca de poder ter a nova Previdência aprovada, para que o Brasil encontre o equilíbrio fiscal”, disse Onyx.

O encontro com o presidente do DEM era o único que estava marcado. ACM Neto e Onyx tentam reconstruir as pontes entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Aliados chegaram a cogitar um jantar ainda nesta quarta-feira quando o governante chegasse da viagem a Israel, mas os dois recusaram.

Fonte: VEJA

Senado aprova com mudanças PEC do orçamento; texto volta para a Câmara

O Senado aprovou nesta quarta-feira (3) a proposta que inclui na Constituição a obrigatoriedade de o governo pagar as emendas parlamentares de bancada previstas no Orçamento.

O texto, na prática, engessa as possibilidades do governo de executar a peça orçamentária e, com isso, diminui a margem para remanejamentos.

O projeto tem origem na Câmara e, por acordo, foi modificado pelo Senado. Com isso, será enviado para nova análise dos deputados. De acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação deve acontecer em três ou quatro semanas.

Por se tratar de proposta de emenda à Constituição, o projeto foi submetido a dois turnos de votação nesta quarta-feira. No primeiro, foi aprovado por 58 votos a 6. No segundo turno, por 59 votos a 5.

Fonte: G1

Governo gasta dez vezes mais com Previdência que com educação, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (3), durante audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que o governo gastou no ano passado dez vezes mais com a Previdência Social – que ele classificou como o “passado” – do que com Educação – o “futuro” na visão dele.

Guedes compareceu à CCJ para prestar esclarecimentos aos deputados sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência. A audiência estava prevista para a semana passada, mas foi adiada. Guedes desistiu de comparecer naquela ocasião porque ainda não havia definição de um relator para a PEC e porque havia a possibilidade de ficar exposto às críticas de oposicionistas.

“Gastamos R$ 700 bilhões ano passado com a Previdência, nosso passado, e R$ 70 bilhões com educação, nosso futuro. Gastamos dez vezes mais com a Previdência do que com nosso futuro”, declarou.

O ministro afirmou ainda que a “dimensão fiscal” do problema previdenciário, ou seja, o impacto nas contas públicas, é “incontornável”.

“O principal componente de alta dos gastos foi com pessoal e, dentro disso, o elemento do déficit galopante tem sido a Previdência”, acrescentou.

Ele observou, ainda, que a população brasileira ainda é relativamente jovem e, mesmo assim, as despesas previdenciárias já são elevadas.

“Existem sistemas que quebraram, a Grécia, e estamos vendo o exemplo de Portugal. Imaginamos como não deve estar o problema previdenciário na Venezuela hoje. Dimensão fiscal é inescapável”, disse.

Guedes usou diversas vezes o termo “perverso” para se referir ao sistema de previdência brasileiro. “Financiar a aposentaria do idoso desempregando trabalhadores é, na minha opinião, uma forma perversa de financiar o sistema. É, do ponto de vista social, uma condenação”, disse.

E acrescentou: “É um sistema perverso, 40 milhões de brasileiros estão excluídos do mercado formal, não conseguem ter capital, porque foram expulsos, excluídos do mercado formal, pela forma perversa com que o sistema é financiado. Isso é socialmente perverso”.

Ele reiterou que, seja qual for o governo ou partido no poder, o sistema de redistribuição do atual modelo de Previdência já não se sustenta.

“Está financeiramente condenado antes de a população envelhecer. Não interessa quem estiver no poder, seja o governo que for”. Segundo ele, “independentemente de quem esteja agora ou vai estar no governo, esse problema está se impondo”.

Fonte: G1