Rompimento de barragem de Gongo Soco pode atingir mais cidades

Mais duas cidades, e não apenas Barão de Cocais, podem ser atingidas pela lama de rejeitos da barragem Sul Superio da mina de Gongo Soco, da Vale, caso a estrutura se rompa. Na última sexta-feira, 22, o nível de alerta da represa subiu para 3, que significa ruptura iminente ou em andamento.

Segundo o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, as cidades de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo também seriam atingidas pela lama. Hoje, a Defesa Civil, em novo levantamento, disse que o total de moradores de Barão de Cocais a serem evacuados é de 6.054, em vez dos 9 mil anunciados anteriormente.

Mas se somados os moradores das três cidades, o total de pessoas a serem evacuados agora é de 9,8 mil, aproximadamente. São 1,8 mil em Santa Bárbara e 2 mil em São Gonçalo do Rio Abaixo, segundo previsão inicial.

Ainda de acordo com a Defesa Civil, o tempo para que a lama atinja Santa Bárbara é de 3h06 minutos. A São Gonçalo do Rio Abaixo, os rejeitos chegam 6 horas após o rompimento. As duas cidades passarão por simulados de rompimento da barragem. Conforme Godinho, no entanto, os moradores das duas cidades já têm condições de ser resgatados caso a barragem se rompa antes.

Fonte: Estadão

Articulação política abala confiança de analistas na reforma

A rusga entre o governo Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, colocou em risco a articulação do parlamentar pela reforma da Previdência, assustou o mercado e reduziu o otimismo de analistas políticos e econômicos com a aprovação daquela que é considerada a mais importante das reformas.

Na semana passada, Maia já demonstrava insatisfação com a atitude do governo em relação à reforma. Sábado (23), o clima entre Bolsonaro e o parlamentar esquentou, com mais troca de farpas entre os dois políticos. O desgaste já tinha pesado no mercado financeiro na semana passada – após ter atingido a marca histórica de 100 mil pontos na última Segunda-feira (18), a Bolsa caiu 3,1% na Sexta-feira (22) e o dólar atingiu R$ 3,90, recorde no ano.

“O que mais espanta é a inabilidade do presidente da República. Temos de estar prontos para o fracasso da reforma, coisa que não estava no radar. Temos de aceitar que esse governo pode não ter condições de tocar um projeto tão ambicioso”, diz o ex-presidente do BNDES Luiz Carlos Mendonça de Barros.

“Essa briga é assustadora. Não faz sentido antagonizar com o presidente da Câmara. O governo quer aprovar a reforma ou não?”, questiona o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman. “O governo brinca com fogo. Se a economia for muito abaixo do R$ 1 trilhão esperado para a próxima década, o País estará em apuros.”

Apesar de fundamental para a saúde fiscal do País, a reforma da Previdência fere os interesses de vários grupos que votaram em Bolsonaro, como militares e parte do funcionalismo público, diz o cientista político do Insper Carlos Melo. “O governo vive nesse estado de ambiguidade, porque é apoiado tanto por esses grupos quanto pelo mercado. Mas ele não pode operar com sinais trocados para sempre, terá de escolher um lado.”

Para o também cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, a falta de coesão dos grupos que apoiam o bolsonarismo e a dificuldade que o presidente tem em aglutinar forças para criar uma base estável agora cobram um preço. “Ficou mais claro que o governo precisa mudar seu modo de agir.”

Fonte: Agência Estado

De volta do Chile, Bolsonaro recebe líder do governo na Câmara

O presidente Jair Bolsonaro, após retornar de viagem ao Chile na noite de sábado (23), recebeu no fim da manhã deste domingo (24) o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO). O encontro ocorreu na residência oficial do Palácio da Alvorada, em Brasília.

Após a conversa com o presidente, o deputado disse que os dois trataram da articulação política para a aprovação da reforma da Previdência. O texto foi enviado pelo governo para a Câmara e vai começar a tramitar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

“Tratamos sobre articulação política. Sobre a próxima semana agora, como retomar os trabalhos para aprovação da nova Previdência, a questão dos votos na CCJ”, afirmou o líder do governo.

Questionado sobre a relação de Bolsonaro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Vitor Hugo disse que o clima vai “arrefecer”.

Fonte: G1