Governo de Minas recomenda que mais cidades não usem água do rio Paraopeba

O governo de Minas Gerais recomendou a mais cidades que não usem a água do rio Paraopeba, contaminado com metais pesados depois do rompimento da barragem de Brumadinho.

Sinais do rejeito de minério chegaram à cidade de Papagaios, na região central de Minas. A contaminação já avançou 250 quilômetros no rio Paraopeba, prejudicando 16 municípios desde Brumadinho. As autoridades de saúde recomendam que não se use a água para nenhuma finalidade.

Em Pompéu, o índice de turbidez, que mede a qualidade da água, aumentou quatro vezes num período de 24 horas. Amostras indicaram a presença de metais pesados acima do limite permitido pela lei ambiental.

Desde a tragédia de Brumadinho, ambientalistas aumentaram a pressão sobre a Assembleia Legislativa de Minas, cobrando uma lei específica sobre segurança de barragens. A resposta veio quase um mês depois do rompimento do reservatório da Vale, com a aprovação de um projeto que aumenta o rigor do licenciamento ambiental e da fiscalização.

O texto só recebeu votos a favor e agora depende da sanção do governador Romeu Zema, do Novo. Se virar lei, a proposta vai proibir as barragens a montante, do mesmo tipo das que se romperam em Brumadinho e Mariana, e não poderá mais haver esse tipo de construção em áreas onde comunidades estejam na área de inundação.

Fonte: Jornal Nacional

Papa Francisco compara abuso sexual de menores na Igreja a sacrifícios humanos

O papa Francisco prometeu neste domingo tomar ações concretas para pôr fim ao abuso sexual de menores na Igreja Católica, ao encerrar uma cúpula sobre o tema, em Roma.

O pontífice disse ainda que levará à Justiça membros do clero que tenham cometido esse tipo de crime, que põe em xeque “a autoridade moral e a credibilidade ética” da igreja. Francisco afirmou que esses sacerdotes são “ferramentas de Satanás”.

“Isso me recorda uma cruel prática religiosa, em algum momento disseminada por várias culturas, do sacrifício de seres humanos – frequentemente crianças – em ritos pagãos”, disse Francisco.

Francisco determinou que os bispos presentes na cúpula revisem e fortaleçam suas dioceses e paróquias para prevenir esses atos. Ele também pediu que os agressores sejam tratados com severidade.

Segundo o correspondente da BBC no Vaticano, James Reynolds, vítimas de abusos pedirão à Igreja Católica detalhes sobre o que será feito para coibir as práticas e punir os abusadores.

Fonte: BBC

Prefeito foge da Venezuela pela mata e denuncia 25 mortes

O político opositor venezuelano  Emilio González, prefeito do município de Gran Sabana, cuja capital é Santa Elena  de Uairén  — a 15 quilômetros da fronteira com Brasil  — denunciou no início da noite deste domingo que os corpos de 25 pessoas mortas em confronto com militares e milícias pró-governo da Venezuela foram recolhidos na região administrativa gerida por ele. O prefeito González fugiu com sua comitiva para  o Brasil depois que civis de sua cidade  foram atacados pelos militares leais a Nicolás Maduro.

O que havia sido confirmado anteriormente eram as mortes de dois indígenas pela Guarda Nacional Bolivariana a 70 quilômetros da fronteira brasileira, na sexta-feira, e de quatro pessoas em Santa Elena por milícias chavistas, no sábado. Um enfermeiro venezuelano afirmou ao GLOBO que até agora quatro mortos chegaram ao hospital de Santa Elena, além de 45  feridos a bala. A ONG venezuela de direitos humanos Provea também confirmou quatro mortes em Santa Elena. 

Segundo o prefeito, três mil militares e milicianos desembarcaram em oito comboios, em Santa Elena no sábado à tarde. Ele acredita que os números devem subir à medida em que a prefeitura consiga  recolher os corpos, a maioria localizada em regiões ermas. No total, 85 pessoas teriam ficado  feridas.

O hospital de Santa Elena conta com apenas uma ambulância e, sem medicamentos, não tem condições de atender as vítimas, relatou ao GLOBO o enfermeiro Rack Ramsame, que trabalha no local. Segundo ele, no município vizinho ao Brasil há veículos blindados e guardas fortemente armados nas ruas.

Fonte: O Globo

‘Santa Elena está destruída’, diz moradora sobre confronto que deixou mortos na fronteira com o Brasil

Uma venezuelana de 39 anos moradora de Santa Elena de Uairen, cidade na fronteira com o Brasil, relatou que os conflitos na cidade entre guardas nacionais e civis pareciam uma zona de guerra: “havia muitas pessoas feridas e ouvíamos muitos barulhos de tiro”. Segundo ela, a cidade amanheceu deserta e destruída neste domingo (24), e o clima ainda é de tensão.

Um vídeo feito por ela na manhã de ontem mostra ônibus e outros veículos queimados e a cidade vazia. O conflito em Santa Elena deixou ao menos três mortos e 15 feridos no sábado (23).

A moradora, que não quis se identificar por questões de segurança, afirmou não ter visto feridos no sábado e que não presenciou nenhuma morte, mas viu pessoas machucadas no hospital da cidade na sexta (22).

“Ontem [sábado, 23] foi terrível. Ouvíamos muitos tiros, gritos de pessoas feridas na rua. Ficamos com muito medo, medo de morrer”, relatou ela, afirmando que mora a cerca de 2 km do Centro, onde os confrontos foram mais intensos.

Ela disse que a confusão se intensificou perto do meio dia, quando moradores da cidade decidiram seguir a pé até a fronteira para tentar buscar ajuda humanitária na fronteira do Brasil, levada em dois caminhões, mas foram impedidos por guardas venezuelanos.

“Começaram esses confrontos quando vários moradores decidiram ir pegar a ajuda que entraria. Não sei se em algum momento os moradores fizeram alguma coisa, mas os guardas começaram a atirar contra as pessoas. Foram jogadas bombas de gás lacrimogêneo. Era muita confusão. Parecia uma guerra”, afirmou.

O hospital de Pacaraima, cidade brasileira na fronteira, recebeu no sábado (23) nove baleados em estado grave no conflito de Santa Elena. O diretor da unidade classificou a situação como um “cenário guerra”, atípico aos dias comuns desde que a imigração se intensificou.

Fonte: G1