Egito se nega a receber chanceler do Brasil por declaração de Bolsonaro

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira

Às vésperas de o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, desembarcar no Cairo para visita oficial, o governo do Egito cancelou o compromisso por causa da decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém. O cancelamento foi confirmado pelo gabinete de Nunes Ferreira, em Brasília.

A decisão chegou a Brasília acompanhada de desculpa corriqueira na diplomacia: problemas de agenda. Mas o recado foi absorvido pelo ministério em sua versão real: a mudança da embaixada para Jerusalém equivale ao reconhecimento da soberania de Israel sobre a cidade sagrada. Essa posse não é reconhecida pelas Nações Unidas e tem sido um dos temas de disputa com a Autoridade Palestina, que demanda Jerusalém Oriental como sua capital.

A confirmação de Bolsonaro provocou o enfurecimento dos países árabes, que constituem um dos principais mercados para os produtos brasileiros e com os quais o Brasil mantém uma miríade de acordos de cooperação.

Aloysio Nunes Ferreira recebeu a notícia ontem em Xangai, na China, onde visita a feira de comércio exterior China International Import Expo (CIIE). Sua chegada ao Egito estava prevista para a próxima quinta-feira (8), quando se encontraria com o presidente do país, Abdel Fattah Sisi, e com o ministro das Relações Exteriores, Sameh Shoukry. Seu retorno ao Brasil se daria apenas no dia 11.

Cerca de vinte empresários brasileiros já o esperavam na capital egípcia. Na delegação brasileira estavam também representantes do Ministério da Defesa, que está particularmente interessado nas exportações de armas e munições para o Egito, e da Agência de Promoção de Exportações (Apex).

O próprio governo egípcio havia tomado a iniciativa de convidar Nunes Ferreira para visitar o país levando consigo uma expressiva comitiva empresarial. O Egito é um dos principais parceiros comerciais do Brasil no Oriente Médio. Entre janeiro e setembro deste ano, o país exportou 1,5 bilhão de dólares para o Egito e importou desse país 157 milhões de dólares, o que rendeu um saldo comercial de 1,33 bilhão de dólares.

A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que o Egito se comprometeu a reagendar a visita. Não foi mencionado se será ainda no governo de Michel Temer ou no de seu sucessor.

Fonte: VEJA

Petrobras sobe preço do gás de cozinha em 8,5% nas refinarias nesta terça-feira

A Petrobras elevará em 8,5% o preço médio do gás de cozinha vendido às distribuidoras para botijão de 13 kg, para R$ 25,07, a partir de terça-feira (6), informou a companhia em comunicado nesta segunda, de acordo com a Reuters.

O preço às distribuidoras estava congelado em R$ 23,10 desde julho. Segundo a estatal, o aumento ocorre principalmente devido a desvalorização do real frente ao dólar e a elevações nas cotações internacionais do GLP.

O valor do botijão vendido às distribuidoras não é o único determinante do preço final ao consumidor. Além de terem liberdade para praticar preços, as distribuidoras devem ainda incorporar o valor de impostos e outros custos.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), os consumidores pagaram em média R$ 68,59 pelo botijão na semana passada. Na semana anterior, esse valor havia ficado em R$ 68,34.

Com isso, a empresa explicou que o botijão acumulará alta de R$ 0,69, ou 2,8% desde janeiro, quando passou a ter reajustes trimestrais. A referência para os preços, segundo a Petrobras, continua a ser a média dos preços do propano e butano comercializados no mercado europeu, acrescida da margem de 5%.

Fonte: G1

Bolsonaro critica questão que provocou polêmica no Enem

Em participação no programa Brasil Urgente, apresentado por José Luiz Datena, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) criticou nesta segunda (5) uma questão da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que tratava do “dialeto secreto” usado por gays e travestis. Ainda afirmou que, em sua gestão, o Ministério da Educação “não tratará de assuntos dessa forma”.

“Uma questão de prova que entra na dialética, na linguagem secreta de travesti, não tem nada a ver, não mede conhecimento nenhum. A não ser obrigar para que no futuro a garotada se interesse mais por esse assunto. Temos que fazer com que o Enem cobre conhecimentos úteis”, disse.

Bolsonaro negou que pretenda acabar com o exame, mas afirmou que seu governo não vai “ficar divagando sobre questões menores”. “Ninguém quer acabar com o Enem, mas tem que cobrar ali o que realmente tem a ver com a história e cultura do Brasil, não com uma questão específica LGBT. Parece que há uma supervalorização de quem nasceu assim”, disse.

A questão referida por Bolsonaro é a número 37 do caderno de Linguagens. Nela, o teste mostrou um texto sobre “pajubá, o dialeto secreto dos gays e travestis” e questionava o candidato quanto aos motivos que faziam a linguagem se caracterizar como “elemento de patrimônio linguístico”.

Fonte: VEJA SP

Moro sai de férias para montar ministério e só deve pedir exoneração em janeiro

Com férias acumuladas devido ao trabalho dos últimos quatro anos à frente daLava-Jato , o juiz Sergio Moro vai sair em férias esta semana. Ele vai deixar para pedir exoneração da Justiça Federal quando estiver mais perto de sua posse noMinistério da Justiça e da Segurança Pública , prevista para janeiro, após Jair Bolsonaro (PSL) assumir a presidência. O juiz deve aproveitar esse tempo para montar sua equipe na nova pasta.

Em ofício à Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Moro solicitou 17 dias de férias que estavam em aberto desde 2013 (5 a 21 de novembro) e informou que pedirá novas férias entre 21 de novembro e 19 de dezembro.

A exoneração, informou, só pedirá em janeiro, “logo antes da posse no novo cargo”.

Moro passou o fim de semana estudando as medidas que pretende incluir no pacote de mudanças na lei que pretende enviar ao Congresso Nacional em fevereiro, tão logo seja iniciada a nova legislatura. A ideia é que sejam medidas que gerem mais eficácia no combate ao crime organizado e à corrupção, facilitando investigações e a aplicação das penas.

O juiz também aproveitou os últimos dias para analisar a estrutura do ministério para verifcar quem são os nomes que convidará para sua equipe, uma vez que pretende ganhar eficiência com um trabalho articulado.

As férias de Moro vão adiar a escolha do novo juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Só após sua exoneração, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pode abrir o processo seletivo para escolher o novo juiz da 13ª Vara, que concentra as ações da Lava-Jato .

Qualquer juiz federal titular do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pode se inscrever no processo seletivo para substituir Moro. Apesar da 13ª Vara ser especializada em lavagem de dinheiro, o candidato não precisa ter experiência na área. O escolhido será o candidato que estiver há mais tempo no cargo.

Fonte: O Globo