A professora aposentada Creuza Pereira do Nascimento – que acaba de comemorar 80 anos, e o desembargador Francisco de Sá Sampaio, também aposentado e com 86 anos de idade, aparecem na sucessão municipal de Salgueiro como candidatos a vice-prefeito. Na verdade, o cargo de vice é visto como “uma jogada apenas para compor a chapa”, pois os dois idosos são considerados os verdadeiros puxadores de votos porque os candidatos a prefeito, nas duas coligações, não têm cacife eleitoral para concorrer ao cargo máximo do município.
A montagem das chapas (Marcelo Sá-prefeito e Creuza Pereira-vice) e (Clebel Cordeiro-prefeito e Chico Sampaio-vice), é do tipo “parece, mas não é”. Não deixa dúvida de que a política partidária que continua em voga em Salgueiro é conservadora e não evoluiu o suficiente para colocar na pauta da sucessão quadros qualificados e renovados para o município, que desponta com a melhor posição geográfica da região sertaneja.
A oligarquia patriarcal e familiar serve aos interesses dos Sá e Sampaio (que são de fato o mesmo segmento familiar) insiste em submeter à população uma “alternância de poder do Paraguai” onde os dois grupos oscilam na forma de uma “gangorra”, no comando da política local, que só interessa a eles.
Quem não for subserviente aos dois grupos, sobra em qualquer disputa majoritária de interesse desses grupos aparecendo apenas como “coadjuvante”. Quem um dia foi vice, não tem como ser colocado amanhã na condição de candidato a prefeito. No caso de secretário ou diretor, o “critério” não muda. Nenhum vereador, mesmo que chegue à presidência da Câmara Municipal não tem nem de longe como sonhar em chegar ao Executivo.
Sá e Sampaio têm um histórico político pobre de fazer dó em se tratando de ideologia. As duas famílias conservadoras estiveram lado a lado e de braços dados com a ditadura de 1964. Os ex-prefeitos Severino Sá e Romão de Sá Sampaio, que eram primos, pertenciam à Aliança Renovadora Nacional (Arena) e brigavam pelo comando municipal, simulando uma disputa fora dos interesses familiares, criando adeptos (cabos eleitorais) que ainda hoje se “vestem” de Zebra e Leão.
Na verdade, os “paus mandados” (que “matam e morrem” por seus líderes), não passam de meros coadjuvantes à espera de um cargo qualquer na prefeitura, na expectativa de um contrato para a construção de uma obra civil, “agregar” um veículo no programa de transporte escolar ou de apenas aluguel de um prédio para instalação de uma escola ou secretaria da Prefeitura de Salgueiro, onde a coleta de lixo é um “negócio milionário”.