Meu caro Alvinho Patriota, sempre que sou obrigado a transitar pelas vias públicas de nossa cidade, sinto logo uma grande aflição, principalmente quando imagino que tenho de estacionar em algum local do centro, ou seja, tentar encontrar algum lugar que possa colocar meu carro. Em toda extensão da Rua. Osmundo Bezerra -, que chamávamos antigamente pelo nome de “Rua da Cebola”, porque existia a venda desse produto nos dias de feiras (sábados), é o maior suplício, vez que incrivelmente tornou-se um completo “ponto de apoio” das VANS (lotações), que trazem pessoas dos municípios circunvizinhos, principalmente das cidades de Cedro, Cabrobó, Mirandiba, Verdejante, Serrita, Terra Nova, Penaforte/CE e outras mais, as quais permanecem paradas durante quase todo o dia na frente das lojas e, em especial, da agência do Banco do Brasil.
Quem precisa resolver algum assunto principalmente nessa instituição bancária -, que é a principal dessa localidade, tem que se contentar em estacionar o seu carro lá pelas imediações do estádio de futebol, ou na melhor das hipóteses próximo a antiga Casa de Saúde, se tiver a sorte de encontrar alguma vaga. Imagina uma pessoa ter que sacar alguma importância relevante naquela agência e sair andando a pé até o carro carregando um pacote de dinheiro, vez que infelizmente não conseguiu estacionar seu carro mais próximo ao banco. É um prato cheio para os larápios que infestam nossa Salgueiro!
Isso me revolta, causa-me muita indignação ver as ruas da minha terra invadidas por lotações, que além de apoderar-se das vagas destinadas aos clientes dos bancos e casas comerciais de quase toda a cidade, também atrapalham o trânsito, pois os seus veículos ainda tomam quase que a metade da via pública, por serem mais extensos, impedindo que os veículos trafeguem normalmente. Para ilustrar – e provar, o que afirmo, tomei o cuidado de fotografar a frente do Banco do Brasil, no dia 09 próximo pretérito, por volta das 10:30 horas, aonde podemos ver claramente o caos provocado pela ditas “lotações”, vendo que estão estacionadas naquela área nada menos que 6 (seis) veículos de passageiros, conturbando completamente o fluxo dos veículos que transitam naquela via PÚBLICA.
Enfim, no centro da cidade torna-se absolutamente impossível estacionar sequer uma bicicleta. Não há vagas, porque os motoristas das ditas lotações se arvoram de “donos” das frentes dos bancos e lojas comerciais e ficam parados durante todo o dia com os seus carros – não somente as imensas VANS, mas outros veículos menores (lotações) que comumente ficam parados nas Ruas Antonio Caboclo e Dr. Herick Ribeiro.
Noutro dia, aconteceu comigo um fato um tanto hilariante, na frente do Banco do Brasil, quando fui fazer umas compras no comércio do amigo “Pregrinho”, e pagar umas contas na Lotérica “Bolão Lotérias” – que são vizinhos, e por um breve lapso de sorte fui contemplado com uma vaga que incrivelmente estava livre, estacionando o mais depressa possível o meu carro. Acredite, fui tomado de um grande susto, pois um cidadão (motorista de uma VAN) que jamais vi na minha vida, mesmo tendo nascido há muito tempo aqui em Salgueiro, me abordou irritado, batendo no capuz do meu carro, dizendo: “Ganhou dessa vez, 1X0 pra você!”, “tomou a minha vaga de estacionamento”; frise-se, ele disse: “MINHA”, porque certamente antes já havia feito na sua imaginação o ato de esbulho possessório da via pública para si e, dessa forma, tornou-se senhor legítimo e possuidor daquela bendita vaga de estacionamento. E a história não ficou por ai, o dito “donatário” da vaga de estacionamento da frente do Banco do Brasil, na arrogância que é peculiar à esse tipo de gente, tivera a petulância de obrigar-me a retirar o meu carro daquele local, pois iria colocar a sua linda VAN, a qual passaria todo o dia ali, estacionada, esperando a chegada dos seus eventuais passageiros. Tirei por menos, fechei meu carro, olhei bem direitinho pra gravar a fisionomia dele, precavendo-me de algum tipo de retaliação posterior, a exemplo de aparecer qualquer dano no meu carro, e fui tranquilamente resolver meus negócios.
É isso aí, Salgueiro tornou-se terra de ninguém, o trânsito – se assim podemos denominar, passou a ser um verdadeiro tormento – é mesmo uma esculhambação total, é uma bagunça generalizada até para quem anda a pé, pois as calçadas também estão tomadas por camelôs, barracas, caixas de sons das lojas, produtos diversos etc., e não pertencem mais aos pedestres, estes se quiserem andem pelo meio da rua, atrapalhando mais ainda o trânsito e até sendo sujeitos a um atropelamento.
As MOTOTAXIS – sem palavras! Em cada esquina tem uma associação, com aqueles “jiraus” improvisados, que além de enfeiar mais ainda as ruas – todas esburacadas, diga-se de passagem, tomam também o lugar dos carros, dos pedestres, enfim, aqui está parecendo mais com o trânsito da Índia, é uma verdadeira “casa de mãe Chica”, todo mundo manda, menos quem deveria -: o Poder Executivo.
Vale deixar ressaltado que, em nosso município tem em vigor (ainda) a LEI N° 1.540/2006 – Lei de Edificações e Posturas Municipais, na sua SEÇÃO III, dispõe sobre o Trânsito Público, prevendo:
“Art. 204 – O trânsito, de acordo com as leis vigentes, é livre, e sua regulamentação tem por objetivo manter a ordem, a segurança e o bem-estar da população.
Art. 205 – À Prefeitura assiste o direito de impedir o trânsito de qualquer veículo ou meio de transporte que possa ocasionar danos à via pública ou à população.
Art. 206– É proibido embaraçar o trânsito ou molestar os pedestres por:
I – Estacionar veículo nas calçadas;
II – Estabelecer comércio ambulante nas vias públicas;
III – Conduzir, pelos passeios, volumes de grande porte;
IV – Conduzir, pelos passeios, veículos de qualquer espécie”.
(original sem grifos e destaques)
Certa vez disse-me um rapazinho petulante -: certamente mais um dos “puxas sacos do prefeito”, que eu não era engenheiro, na oportunidade que fiz uma crítica sobre a construção do “monumental” estádio de futebol (inacabado até hoje), pois eu não passava de um simples Advogado. Antecipando-me, certo que irão aparecer alguns defensores do senhor prefeito, na ânsia única de bajular-lhe, deixo logo esclarecido que não sou engenheiro mesmo – muito menos de trânsito, também não sou e nunca fui guarda de trânsito, nem qualquer outra coisa afim, não preciso de formatura nenhuma para ver a olhos desarmados a verdadeira bagunça que é o trânsito da minha querida cidade, basta tão somente tentar estacionar o meu carro em qualquer uma das ruas do centro, impossível!
Finalmente, para não ficar a minha indignação sem nenhum sentido, resta fazer uma simples sugestão, mesmo sabendo que jamais será aceita por esse desgoverno que está aí, ainda que comungasse com a sua facção política – que acredito jamais participar, saliente-se, que cinge-se na adoção de apenas duas medidas: a primeira, retirar e impedir o estacionamento de VANS e lotações de qualquer tipo na área central da cidade – nas frentes de bancos e lojas, colocando todas elas num único local específico, perto do centro, a exemplo do terreno baldio dos fundos da Escola Dom Malan e/ou na frente mesmo dessa instituição de ensino, já que a feira semanal (sábado) foi retirada daquele local; a segunda, regulamentar os “jiraus” das moto taxis, impedindo-as de se alocarem aleatoriamente nos locais que eles bem aprouverem, desafogando tanto os passeios públicos quanto as próprias ruas, dando vez aos pedestres, pois as calçadas são deles (pública), e não de ponto de moto taxistas e dos donos das lojas que colocam seus produtos impedindo o passeio público.
Para finalizar, repita-se: deixo claro que não sou engenheiro civil, muito menos de trânsito, tampouco um VEREADOR –, os que estão aí já deveriam ter pensando nisso tudo a muito tempo, mas sou apenas um cidadão filho nato de Salgueiro, que acima de tudo amo e preocupo-me com a imagem da minha terra e, principalmente, com o bem-estar social.
Enviado José Allan Alencar Roza